O impacto da logística no resultado dos negócios
Analisando a divulgação de resultados das empresas de maneira geral, é possível perceber que normalmente os direcionamentos estratégicos são financeiros, alguns não financeiros por vezes ganham algum destaque, porém normalmente vão trazer algum efeito financeiro, nem que seja a médio e longo prazo.
Vender mais, com maior valor agregado e com menos despesas, sejam elas fixas ou variáveis, gerando maiores lucros e consequentes maiores margens, deve ser objetivo de 99,99% das empresas, e essas diretrizes escorrem de cima para baixo, metas coorporativas desdobradas em cada camada de cada setor chegando até os indivíduos da base.
A meta de receita dificilmente é desdobrada em todas as áreas da empresa, nem todas as áreas conseguem definir uma relação forte de causa efeito com a receita, é claro que todos têm o seu papel no processo e que se cumpridas as suas atividades, no mínimo garante que a receita não seja perdida e o cliente seja atendido, porém, salvo poucas exceções que são até difíceis de imaginar, todas as áreas possuem indicadores atrelados a alguma despesa ou custo, pois os recursos serão sempre escassos, sempre será necessário redução de despesas, na melhor das hipóteses a despesa ou o custo pode aumentar, desde que menos que a receita. Assim todo mundo precisa se atentar para eficiência.
Hoje em dia, umas das áreas que tem aberto diversas oportunidades de melhorias nas empresas, que tem se destacado, dado a sua representatividade tanto no lado financeiro, quanto na experiência de compra do cliente, é a área de logística. Segundo um estudo recente feito pela Fundação Dom Cabral, em 2015, os custos logísticos representaram 11,73% do PIB nacional, sendo ainda que para as empresas que faturam entre 150 e 200 milhões, esse valor chegou a representar cerca de 13,55% e entre 2014 e 2015, nas empresas que faturavam entre 500 milhões e 1 bilhão, o crescimento chegou a 30%, e se analisar o seu negócio, com certeza a conclusão é de que nesses 3 últimos anos , isso tenha ficado ainda mais críticos, uma vez que o preço dos combustíveis e da mão de obra subiram muito mais do que foi possível repassar no preço, diante de uma crise tão profunda.
Por sua vez, dentro das transportadoras, a pressão por eficiência se tornou ainda mais relevante, pois mesmo dentro desse cenário desafiador financeiramente, um serviço de maior qualidade se tornou tão importante quando o custo, isso por que, o lead time dos processos, inclusive a logística interna e entre empresas, precisou reduzir para atender ao cliente mais rapidamente e a ineficiência no atendimento ao consumidor final se tornou um ponto de fragilidade, pois facilmente um problema na entrega, seja por atraso ou até mesmo falta de educação do entregador, prejudica a experiência de compra do consumidor, que pode expor essa insatisfação na mídia, impactando a marca do produto e da transportadora, podendo perder esse e outros clientes que são facilmente influenciados por um feedback negativo.
Dessa forma, a área de logística tem que ser muito bem gerenciada, pode até não ser tratada como core business, mas uma gestão da cadeia logística inadequada, traz implicações severas em custo, afetando a competitividade da empresa, e por ser uma interface importante com o cliente ou com o consumidor, se não for bem monitorada, treinada e motivada, pode causar a perdas de receitas significantes.